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Moçambique 

Porto de Maputo vai duplicar tráfego até 2018

O porto de Maputo, o maior de Moçambique, está a registar “forte crescimento do tráfego”, que irá mais do que duplicar nos próximos seis anos, de acordo com a Economist Intelligence Unit.

Segundo a EIU, no relatório de Junho sobre Moçambique, no final do ano a carga processada deverá atingir 14 milhões de toneladas, face aos 11,8 milhões de 2011, que representaram um aumento de 30% em relação a 2010.

Numa conferência recente em Maputo, entre o governo, utilizadores do porto e gestão, foram apresentados em pormenor os planos para a expansão da infraestrutura.

Dentro de seis anos, a carga processada deverá atingir 40 milhões de toneladas, em consequência de um investimento de 1,7 mil milhões de dólares já em curso, que envolve a construção de maiores terminais e recuperação de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias.

“Muito do tráfego do porto advém de mercadorias em grosso, particularmente carvão e minério de ferro”, adianta a EIU.

O porto serve também os países vizinhos, particularmente a África do Sul, mas também Suazilândia, Zimbabué e Botswana, gerando um quarto de todas as receitas alfandegárias do país.

Quanto o porto foi entregue em regime de concessão, em 2003, ao consórcio Maputo Port Development Corporation (MPDC), o tráfego era de apenas 4,8 milhões de toneladas ao ano.

O consórcio inclui a Dubai World Ports, o grupo logístico sul-africano Grindrod, a estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique e a empresa local Gestores de Moçambique.

O governo lançou recentemente a Estratégia para o Desenvolvimento Integrado dos Transportes, com intervenções principalmente nos portos de maiores dimensões, incluindo também o da Beira.

Tendo em conta a capacidade limitada tanto da linha férrea de Sena como do porto da Beira, decorrem vários estudos para a construção de infraestruturas que possam assegurar o escoamento das elevadas quantidades dos recursos minerais que se espera venham a ser extraídos nos próximos anos.

A par de vários projectos de exploração de carvão e outros minérios, têm sido identificadas reservas de gás natural de dimensão mundial na zona de exploração marítima na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado.

A 15 de Maio, a empresa norte-americana Anadarko Petroleum anunciou a descoberta de 20 biliões de pés cúbicos de gás natural, aumentando as suas reservas estimadas para 50 biliões e, na mesma zona de exploração, a italiana ENI tem identificadas reservas de 40 biliões de pés cúbicos.

A indústria gasífera moçambicana deverá receber investimentos de perto de 68 mil milhões de dólares, cerca de cinco vezes o PIB do país em 2011.

O desenvolvimento do sector vai trazer mais receitas fiscais ao Estado moçambicano, diminuindo a sua dependência das contribuições de doadores internacionais para o Orçamento de Estado.

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