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Luanda comemora hoje 436 anos

A cidade de Luanda, capital de Angola, celebra esta terça-feira, 25 de Janeiro, o 436.º aniversário da sua fundação, em 1576.

Em 1575, o capitão português Paulo Dias de Novais, ao desembarcar na Ilha do Cabo, estabeleceu o primeiro núcleo de colonos portugueses: cerca de 700 pessoas, das quais 350 homens de armas, religiosos, mercadores e funcionários públicos.

Um ano depois (1576), reconhecendo não ser aquele lugar adequado, avançou para terra firme e fundou a vila de São Paulo da Assunção de Luanda e lançou a primeira pedra para a edificação da igreja dedicada a São Sebastião, onde se encontra hoje o Museu das Forças Armadas.

Trinta anos mais tarde, com o aumento da população europeia e do número de edificações, a vila de São Paulo da Assunção de Luanda tomou foros de cidade, estendendo-se de São Miguel ao largo fronteiriço ao antigo Hospital Maria Pia (actual Josina Machel).

No período da União Ibérica, em 1618, foi construída a Fortaleza de São Pedro da Barra. A cidade tornou-se no centro administrativo de Angola desde 1627.

Em 1634 foi construída a Fortaleza de São Miguel de Luanda. A cidade foi conquistada e esteve sob o domínio da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, de 1641 a 1648, quando foi recuperada para a Coroa Portuguesa por uma expedição enviada da Capitania do Rio de Janeiro, no Brasil, por Salvador Correia de Sá e Benevides.

De 1550 a 1850, Luanda foi um importante centro do tráfico de escravos para o Brasil. Enquanto apenas um quinto de suas importações eram originadas de Portugal, o restante era do Brasil. O equilíbrio na balança comercial era mantido com o intenso contrabando de escravos.

A cidade limitava-se a funções militares, administrativas e de redistribuição. A indústria era praticamente inexistente e a instrução pública pouco evoluída.

Em 1847, incluindo os edifícios públicos, a cidade contava com 144 casas com primeiro andar, 275 casas térreas e 1058 cubatas (cabanas de indígenas). Cidade de degredados, com cerca de cinco mil habitantes, possuía perto de cem tabernas, pelo que viajantes a qualificavam de ter moralidade duvidosa.

Em 1889, o governador Brito Capelo inaugurou um aqueduto que passou a fornecer água potável à cidade, anteriormente escassa, abrindo caminho para o grande crescimento de Luanda.

Luanda é a maior cidade de Angola. Inicialmente projectada, durante a época colonial, para uma população a rondar os 500 mil habitantes, é hoje uma cidade superpovoada. Segundo os últimos estudos, vivem actualmente em Luanda cerca de cinco milhões de habitantes.

A cidade de Luanda é constituída por nove municípios: Cazenga, Ingombota, Kilamba Kiaxi, Maianga, Rangel, Samba e Sambizanga, Cacuaco e Viana. Viana é a mais populosa.

A zona central de Luanda está dividida em duas partes, a Baixa de Luanda (a cidade antiga) e a Cidade Alta (a nova cidade). A Baixa de Luanda está situada próxima do porto.

O litoral é marcado pela Baía de Luanda, formada pela protecção do litoral continental por meio da Ilha de Luanda e a Baía do Mussulo, ao sul do núcleo urbano principal, formada pela restinga do Mussulo.

O clima é quente e húmido, mas surpreendentemente seco, devido à fria Corrente de Benguela que impede a condensação da humidade para chuva. Frequentemente, o nevoeiro impede a queda das temperaturas durante a noite, mesmo durante o mês de Junho, que costuma causar secas completas até Outubro.

Luanda possui uma precipitação anual de 323 milímetros, mas a variabilidade está entre as mais altas do mundo, com um coeficiente de variação superior a 40%. O curto período de chuvas nos meses de Março e Abril depende de uma contra-corrente de norte que traz humidade à cidade.

Localizada na costa do Oceano Atlântico, Luanda é o principal porto e centro administrativo de Angola. Tem uma população de aproximadamente 4,5 milhões de habitantes (estimativa da ONU em 2004), o que a torna a terceira maior cidade lusófona do mundo, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro.

As indústrias presentes na cidade incluem a transformação de produtos agrícolas, produção de bebidas, têxteis, cimento e outros materiais de construção, plásticos, metalurgia, cigarros e sapatos.

As informações são da Angop.