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Ambiente 

Projecto «Angola LNG», vai produzir 12 milhões de toneladas de crédito de carbono por ano

Vinte e quatro milhões de toneladas de carbono serão produzidas anualmente em Angola, com a implementação de seis projectos, num total de 60 identificados, os quais proporcionam a redução de emissões ligadas com gás e barragens hidro-eléctricas, afirmou quarta-feira, em Durban, África do Sul, a ministra angolana do Ambiente, Maria de Fátima Jardim.

Estes projectos surgem no âmbito da implementação da Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas até 2020, segundo a ministra, que falava na Reunião de Segmento de Alto Nível da 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP17), aberta na terça-feira.

Fátima Jardim disse que com esta produção, Angola, ao nível do continente africano, será o terceiro país produtor de crédito de carbono, depois da Nigéria, em primeiro lugar e África do Sul, em segundo.

“A produção arranca já em 2012, com a entrada em funcionamento das barragens de Cambambe (Kwanza Norte) e do Gove (Huambo) e do projecto "Angola LNG", que produzirá cerca de 12 milhões de toneladas de credito de carbono ano. Posteriormente entram em funcionamento outros projectos como o parque eólico do Tômbwa, província do Namibe”, apontou.

O Executivo angolano, disse, continua a trabalhar para o estabelecimento de parcerias locais e globais. “Estes, por sua vez, devem abrir oportunidades de execução de projectos relacionados com Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), assim como de projectos que permitem a redução de emissões”, focalizou.

Com a conclusão da Primeira Comunicação Nacional e o Plano Nacional de Adaptação, que retratam desafios que o país vai realizar para dar resposta aos princípios inseridos no Plano da Implementação de uma Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas, os projectos vão contribuir para a produção de crédito de carbono que serão comercializados aos países desenvolvidos.

"Apreciamos e estimulamos a continuidade do apoio multilateral do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, da União Europeia, da Agência de Desenvolvimento das Nações Unidas, do Fundo Global Ambiental (GEF) e outros, como da implementação dos compromissos assumidos", augura a governante.

Solicitou, no entanto, maior acções bilaterais que reforcem os esforços dos Governos, sobretudo dos países em desenvolvimento, para materialização da sustentabilidade ambiental, promoção do desenvolvimento económico, criação de emprego, aumento da produtividade, com a agricultura sustentável e ecológica, tudo para a redução da pobreza, influenciada também pelas alterações climáticas.

De acordo com, a ministra, Angola está interessada em aderir a iniciativa do Mecanismo Sectorial do Mercado e destacou os investimentos infraestruturais que estão a ser realizados no campo energético com projectos de redução de emissões.

Considera que os projectos de criação de zonas da biosfera, de protecção das áreas de conservação da biodiversidade e do apoio ao desenvolvimento das comunidades vulneráveis, assim como das acções de capacitação e educação podem apoiar as iniciativas transfronteiriças de protecção e preservação, particularmente da floresta do Maiombe, e a viabilização de iniciativas baseadas em Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Relativamente ao tão esperado "Fundo Verde", Fátima Jardim defendeu a necessidade urgente da disponibilização dos recursos financeiros, uma questão que também espera ser resolvida neste fórum da 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

"Torna-se oportuno que África trabalhe para a definição de prioridades para uma Estratégia Comum de adaptação que se interligue com a sustentabilidade ambiental e que consolide os princípios da plataforma africana já adoptada pelo Continente", sublinhou.

Para a governante angolana, a unidade de África com a sua plataforma comum, continua a identificar acções concretas para a redução da pobreza, a fragilidade dos solos, a educação e capacitação dos seus quadros. 

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