Sistema de Lupa activo | Voltar vista normal
Angola 
ANGOLA

Primeiras automotoras do CFB já chegaram ao Lobito

As três automotoras modelo DMU'S - primeiras unidades do género na circulação ferroviária entre as cidades de Benguela e do Lobito - chegaram, dia 15, provenientes de Singapura, mas só devem circular depois do estado de emergência no país face à covid-19.

 

Aumentar a capacidade de transporte de passageiros – dos 80 mil/mês actuais para mais de 400 mil - no tráfego urbano e suburbano de Benguela e do Lobito é o impacto esperado com a chegada destas Unidades Múltiplas Diesel (DMU’S) que, à semelhança de Luanda e da Huíla, vão permitir aos Caminhos de Ferro de Benguela (CFB) atender a população com maior segurança, conforto e rapidez.

Falando aos jornalistas no Porto do Lobito na cerimónia de recepção dos meios, transportados por um navio de bandeira chinesa, o director-geral do Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro de Angola (INCFA), Ottoniel Manuel, assinalou que as três automotoras modernas estão incluídas num lote de 12 destinadas ao transporte urbano de passageiros nas províncias de Benguela, Luanda e da Huíla.

Para o responsável, cada unidade tem capacidade de 696 passageiros (190 sentados e 506 em pé), o que irá permitir atender o fluxo crescente de passageiros entre as principais cidades dessas províncias abrangidas, sendo que as da Huíla serão entregues ainda este ano.

O director-geral do INCFA justifica a aquisição por parte do governo dessas novas composições com o projecto “Nova Frota de Comboios Suburbanos”, que, no fundo, visa dar respostas adequadas às necessidades de mobilidade da população nos centros urbanos.

Por isso, explicou que as automotoras vão substituir as locomotivas que ainda transportavam passageiros no troço entre Benguela e Lobito, mas que doravante vão reforçar o transporte de mercadorias no longo curso, ou seja, do Lobito ao Luau.

Já o presidente do Conselho de Administração da empresa do Caminho de Ferro de Benguela, Luís Teixeira, adiantou estarem já preparados 16 maquinistas angolanos para operar estas novas composições em igual número de frequências diárias previstas, ou seja, o dobro das ligações ferroviárias entre as cidades de Benguela e do Lobito.

Ainda assim, avisa que o aumento de frequências na referida rota dependerá sobremaneira da procura, ao mesmo tempo que realça estar a empresa a ponderar a possibilidade da circulação nocturna, principalmente para apoiar os estudantes e trabalhadores.

Entretanto, o gestor do CFB até admite que a actual força de trabalho para operar locomotivas não é suficiente ainda, mas tendo em conta as capacidades financeiras da empresa, a ideia passa por formar os quadros, nomeadamente maquinistas para que possam manusear estas máquinas com segurança.

Relativamente ao actual momento do país, marcado por restrições na circulação de passageiros na sequência do estado de emergência devido ao novo coronavírus, Luís Teixeira esclarece que a entrada em circulação das três automotoras só será possível depois desta fase de contenção.

As três automotoras modelo DMU’S foram descarregadas de um navio de bandeira chinesa directamente para a linha férrea do Porto do Lobito, numa cerimónia a que assistiram representantes do governo provincial de Benguela e da administração municipal do Lobito.

fonte