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Pescas 
CABO VERDE

Governo admite encurtar período de defeso na pesca

O Governo encontra-se a analisar a possibilidade de diminuir o período de defeso da pesca em Cabo Verde com a adaptação de novas políticas que podem passar pelo aumento da capacidade de frio nas comunidades piscatórias.

A informação foi prestada hoje aos jornalistas, em São Vicente, pelo secretário de Estado Adjunto da Economia Marítima, Paulo Veiga, no âmbito de um périplo que iniciou quarta-feira pelas comunidades piscatórias das ilhas de São Vicente, Santo Antão e Santiago, à procura de dados e elementos para a elaboração do Orçamento do Estado para 2019, no setor.

“Temos de diminuir o tempo de defeso, é um facto, e tal pode ser feito aumentando a capacidade de frio, porque o grande problema é que quando há abundância de peixe vende-se ao desbarato”, concretizou a mesma fonte, ou seja, apontou, o preço do pescado “flutua muito”, porque como há excesso, e para o produto não estragar, os preços baixam e, em vez de conservar para vender em épocas baixas, sucede o contrário.

Ademais, na procura de novas políticas para o período de defeso, o governante anunciou que se encontra na calha um retiro com as comunidades piscatórias e todas as instituições que intervêm no sector para se discutir os problemas e ver qual o melhor caminho a seguir.

Os jornalistas, por outro lado, quiseram saber se, no âmbito das negociações para o novo acordo de pesca com a União Europeia, que deve vigorar em 2019, haverá projetos diretamente ligados às comunidades piscatórias, ao que Paulo Veiga referiu que é desejo do Governo que as comunidades piscatórias “sintam a diferença” no âmbito dos ganhos com os acordos de pesca.

“No novo acordo, em negociação, as orientações dadas vão no sentido de haver projectos concretos voltados para as comunidades de pescas e, neste sentido, uma dos aspectos é ajudar as comunidades piscatórias a passarem do artesanal para o industrial”, precisou o governante.

Já sobre o transporte de pescado via aérea para a Europa, alvo de críticas desde que os TACV deixaram de voar para São Vicente, o secretário de Estado da Economia Marítima sustentou que o Governo, juntamente com os operadores do sector, encontra-se à procura de soluções, através, por exemplo, dos Correios, em parceria com a empresa aérea DHL.

“A hipótese em estudo seria a DHL vir para São Vicente e através dos Correios fazer a ligação entre Praia, São Vicente, Sal e Boa Vista, mas também internacional”, concretizou.

Um outro caminho, ainda neste âmbito, é um processo de sensibilização, em curso, junto da companhia aérea portuguesa TAP, para se ter mais espaço garantido para carga.

“Do lado dos exportadores, aqui de São Vicente, esperamos organização para termos as quantidades exatas e um programa de exportação, num trabalho comum dos dois lados”, explicou Paulo Veiga.

O governante abordou ainda com a imprensa o andamento do concurso para o transporte inter-ilhas, tendo informado que os dossiês das três empresas escolhidas estão a ser analisados, havendo embora uma reclamação de uma empresa que foi excluída do concurso, da qual a Agência Reguladora das Aquisições Públicas (ARAP) tem até 30 de Julho para decidir.

“Mas entre agosto e setembro teremos definido quem será o vencedor e iremos avançar com a implementação do transporte inter-ilhas, que realmente é essencial para o desenvolvimento das economias locais”, precisou, sobretudo, ajuntou, para se poder tirar proveito do fluxo turístico existente para as ilhas da Boa Vista e do Sal.

“Depois de escolher o vencedor este terá um período para ter todos os navios aqui, entre Dezembro do corrente ano e o primeiro trimestre de 2019”, lançou, concretizando que a proposta em cima da mesa aponta para cinco navios, mas que na primeira fase deve-se contar pelo menos com dois navios.

“Mas em termos de números exatos só depois das negociações”, concluiu Paulo Veiga.

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