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Os humanos domesticam cães, já os peixes preferem camarões


Não são só os humanos que precisam de animais de companhia. Uma equipa de investigadores descobriu que uma espécie de peixe coral usa camarões para ajudar a fertilizar as suas algas. Esta é a primeira evidência de um vertebrado não humano a domesticar outra espécie.

A donzela-de-barbatana é conhecida por defender agressivamente as suas algas, das quais depende para se alimentar, nem que para isso tenha de usar outra espécie.

“Descobrimos que as donzelas mantêm vários camarões junto das suas algas, sendo que, em troca, esta espécie lhes proporciona um refúgio seguro contra predadores”, refere Rohan Booker, investigador da Universidade Deakin da Austrália e principal autor do estudo publicado na revista Nature Communications, no início de dezembro.

Segundo o especialista, “os camarões nadam perto das algas o dia todo e bombeiam passivamente o lixo. Todo esse lixo atua como fertilizante, melhorando a qualidade das algas cultivadas e, por sua vez, a condição do agricultor, que neste caso é a donzela-de-barbatana”.

Os investigadores revelam que este mecanismo é conhecido como “relação domesticador-domestica”, uma ligação mutuamente benéfica em que uma espécie fornece suporte contínuo a outra, em troca de benefícios previsíveis.
Outros casos de domesticação

Ao longos dos anos, os humanos têm tido este tipo de relacionamento com muitos animais diferentes, sobretudo desde que começaram a domesticar cães, há cerca de 10 mil anos, criando-os seletivamente para certas características atraentes, como a fidelidade.

Outros exemplos de domesticação não humana são mais conhecidos em insetos, pois estes animais têm o hábito de domesticar plantas. Porém, a novidade é este estudo mostrar que animais vertebrados também são capazes de domesticar outros animais, sugerindo ainda que esta situação pode ser mais comum do que o que se pensa.

Como se pode ler no estudo, na espécie não humana o processo de domesticação provavelmente ocorreu sem intenção consciente, mas sim através da evolução ao longo de milénios. Ainda assim, os especialistas suspeitam que as relações humanas com outros animais se originaram da mesma forma.

Por exemplo, acredita-se que a domesticação humana de lobos cinzentos, começou quando os lobos foram atraídos para acampamentos humanos, sendo que à medida que as duas espécies coexistiram, os humanos começaram a obter benefícios da presença destes animais, como é o caso da execução da caça de forma mais bem-sucedida.

Da mesma forma, galinhas e gatos podem ter sido atraídos para perto dos humanos para se alimentarem de restos. Segundo os especialistas, neste caso observa-se uma relação simbiótica ou mutuamente benéfica, através dos benefícios que os animais proporcionavam, como bens alimentares.

Tendo em conta a descoberta desta nova “relação” entre os peixes e os camarões, os especialistas explicam que “o comportamento territorial dos peixes criou uma situação semelhante à que ocorrem com galinhas ou gatos, que podem ter aproveitado o acolhimento humano para se alimentar, assegurando assim a sua sobrevivência”.

Os autores do estudo afirmam que “estas afiliações têm ramificações ecologicamente importantes, sobretudo à medida que benefícios mútuos evoluem ao longo das gerações, moldando o comportamento, a adaptação e a sobrevivência, e até mesmo as paisagens e a biodiversidade”.

Brooker identificou a relação entre donzelas-de-barbatana e camarões quando estava a nadar em torno dos recifes do coral de Belize há cinco anos. O especialista e os colegas iniciaram assim várias pesquisas no terreno e conseguiram chegar às conclusões apresentadas no estudo, revela o Cosmo.

ZAP //


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Data: 2021-03-15

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