Angola

Mais 30 mil empregos em Angola nos próximos anos

Angola foi o sétimo país africano, em 54, que recebeu mais projectos de investimento directo estrangeiro (IDE) entre 2003 e 2011, revela um estudo da consultora Ernst & Young. O documento indica que nos próximos cinco anos o país deverá acolher, anualmente, IDE na ordem dos 7,6 mil milhões de dólares, assistindo à criação de 30 mil novos empregos.

O estudo – Building Bridges - Ernst & Young 2012 Atractiveness Survey Africa – revela que, entre 2003 e 2011, Angola recebeu 282 projectos de IDE, num valor superior a 58 mil milhões de dólares. A maior parte (80%) do investimento foi feita no sector petrolífero que, a par da indústria extractiva em geral, continuará a ser maior fonte de atracção de capital estrangeiro.

O documento – baseado em bases de dados da consultora e em inquéritos a 505 executivos de topo – indica, contudo, que o crescimento da classe média deverá ‘abrir o apetite’ de muitos investidores que procuram novos mercados, para as telecomunicações, construção e imobiliário. A construção e o desenvolvimento de infra-estruturas são indicados como desafios, e a percepção de que há elevados níveis de corrupção mantém-se como um 'entrave'.

Portugal foi, segundo a Ernst & Young, o país que mais projectos fez em Angola no período em análise, seguido dos EUA, Reino Unido, Espanha e África do Sul. Já em termos de criação de emprego, foram os EUA quem liderou, seguidos de Portugal, da Alemanha, da China e do Reino Unido. Ainda que os sectores do petróleo, gás e carvão sejam os que atraem mais capital, foi nos serviços financeiros que surgiu maior número de projectos (42,5% do total).

África do Sul domina em Moçambique

No Top 15 da lista da Ernst & Young encontra-se ainda outro país lusófono, Moçambique, que ocupa a 14ª posição, com 96 projectos, 1,9% do total. Nos próximos cinco anos, Moçambique deverá acolher uma média anual de IDE na casa dos 1,4 mil milhões de dólares, estima o documento, e assistir à criação de oito mil novos empregos.

A África do Sul foi o país que mais projectos de IDE realizou no país lusófono, seguida de Portugal, do Reino Unido, da Índia e do Brasil. Em termos de criação de empregos, a lista é liderada por Portugal, seguido da Índia, dos EUA, da África do Sul e do Reino Unido. Por sectores, a maior parte (22,9%) dos novos projectos foi canalizada para os sectores do petróleo, gás e carvão.
A metalurgia (11,5%) surge a seguir na lista dos cinco que receberam mais IDE, onde estão ainda a indústria alimentar e de tabaco (11,5%), o imobiliário e materiais de construção (6,3%) e os serviços financeiros (6,3%).

No caso de Moçambique, o documento da Ernst & Young destaca que a sua economia é «das que mais tem crescido nos últimos dez anos», sublinhando as «melhorias significativas que têm sido feitas nos sectores da educação e infra-estruturas».

A consultora revela que as maiores fontes de atracção de IDE no país africano são os recursos naturais, como o carvão, o ferro e o gás natural, cujas reservas estão estimadas em mais de 127 mil milhões de metros cúbicos. Entre 2003 e 2011, afirma o documento, 2/3 do investimento estrangeiro foram canalizados para projectos na indústria extractiva.
A lista da Ernst & Young é liderada pela África do Sul, que recebeu 827 projectos de IDE entre 2003 e 2011. Seguiram-se Egipto, Marrocos e Argélia.

FONTE: Sol