Cabo Verde

«GUARDIÃO» BAPTIZADO EM S. VICENTE | CABO VERDE

«Seló, seló navio no mar»

O navio Guardião, construída na Holanda, já pertence oficialmente a Cabo Verde. A entrega dessa unidade naval destinada a operações de patrulhamento em alto mar foi simbolizada com o içar da bandeira de Cabo Verde, numa cerimónia testemunhada pelo primeiro-Ministro José Maria Neves, membros do Governo, eleitos municipais da Câmara de S. Vicente, altas patentes das Forças Armadas e da Polícia Nacional, pelas Administrações da ENAPOR e da Damen, empresa holandesa construtora da embarcação.

Esse acto aconteceu minutos depois de o Chefe do Governo ter entregue ao Comandante dessa novíssima unidade naval a bandeira nacional, no momento mais aguardado da cerimónia, realizada no Terminal de Cabotagem do Porto Grande, no passado dia 7 de Janeiro. Concretizada a passagem de “Guardião” para a guarda de Cabo Verde, os convidados, com o primeiro-Ministro à cabeça, efectuaram uma visita guiada ao navio, que foi engalanado para o efeito.

“Hoje é um dia importante, dia de bonança. Dia em que apetece gritar, bem à maneira das nossas gentes, nessa toada de ‘seló, seló, navio no mar’. Neste mar azul que tem para os cabo-verdianos uma dimensão cultural e simbólica muito significativa, que nos remete a cantar, em tributo saudoso à Cesária Évora, a morna Mar Azul”, assim José Maria Neves iniciou o seu discurso no Terminal de Cabotagem do Porto Grande. Segundo o Chefe do Executivo, Guardião, cuja construção custou 10,9 milhões de euros, é apenas a primeira de uma série de unidades que Cabo Verde vai adquirir, aos poucos, e que terão por missão guardar o verdadeiro diamante do país: a nossa extensa Zona Económica Exclusiva marítima.

“Que não haja ilusões: não será possivel a soberania marítima sem um Guardião naval, nem será crível o domínio náutico das nossas águas sem um navio de assaz capacidade. Caso para se dizer que o navio Guardião é uma clara opção deste Governo, para que nestas águas cabo-verdianas não voem tenebrosas lanchas, nem se cometam doravante certos ilícitos de tráficos, pesca ilegal, selvajaria ambiental e outros”, acentuou José Maria Neves, que evidenciou a determinação do Governo em fazer a sua parte em prol da segurança do Atlântico Médio, zona de grande trâfego marítimo comercial, mas também ilegal. E “Guardião” é, nas suas palavras, um navio com rumo certo, na rota do combate a actos ilícitos. Por isso augura que navegue sempre nos mares das nossas ilhas sob a tónica e auspiciosa das letras da morna Mar Azul: “Mar Azul, subi mansinho, Lua cheia lumiam caminho...”.

Com também com esse augúrio que o padre Lino baptizou o navio e pediu a protecção divina de Guardião e dos marinheiros, neste caso dos militares da Guarda Costeira. Esse foi também o desejo da ministra da Saúde Cristina Fontes, madrinha da embarcação e que tutelava a pasta da Defesa Nacional quando foi elaborado o projecto.

A embarcação foi formalmente entregue por Friso Visser, Director da Damen para a África, que assinou o termo de entrega à ENAPOR, empresa co-financiadora do projecto, juntamente com Franklim Spencer, PCA da empresa de administração portuária. Visser mostrou estar particularmente feliz com a construção de Guardião e revelou que os Estados Unidos da América já manifestaram interesse em conhecer o navio.

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