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Cientistas criaram por acidente híbrido de dois peixes em vias de extinção

Cientistas criaram, por acidente, um peixe híbrido a partir de dois que já existem no reino animal: o esturjão russo e o peixe-espátula.

De acordo com o site Live Science, cientistas húngaros criaram, por acidente, um peixe híbrido de duas espécies em vias de extinção, o esturjão russo (Acipenser gueldenstaedtii) e o peixe-espátula (Polyodon spathula).

“Nunca quisemos brincar com a hibridação. Foi absolutamente não intencional”, disse ao jornal New York Times Attila Mozsár, investigador do Instituto de Pesquisa de Pesca e de Aquacultura da Hungria.

Segundo o jornal norte-americano, as duas espécies partilharam um ancestral em comum há 184 milhões de anos. Agora, os cientistas também descobriram que são capazes de procriar. As conclusões podem ser lidas no artigo publicado na revista científica Genes.

A equipa estava a tentar gerar, em cativeiro, novos espécimes do esturjão russo através da ginogénese, um tipo de reprodução assexuada na qual um espermatozóide desencadeia o desenvolvimento de um óvulo, mas falha em fundir-se ao núcleo do mesmo. Isto significa que o seu ADN não é incluído nas crias que resultam deste processo, desenvolvendo-se apenas a partir do ADN materno.

Os investigadores estavam a usar esperma do peixe-espátula no processo e foi então que o inesperado aconteceu. O esperma e o óvulo fundiram-se, resultando em descendentes com os genes dos dois peixes.

De acordo com o mesmo site, que cita o jornal norte-americano, nasceram centenas de espécimes, mas apenas cem sobreviveram até agora. Todos são carnívoros, como o esturjão russo, e compartilham o nariz mais redondo deste peixe, em comparação com o nariz pontiagudo do peixe-espátula.

Mozsár e o resto da equipa querem cuidar destes peixes, mas asseguram que não planeiam criar mais nenhum, uma vez que o híbrido poderia superar o esturjão nativo na natureza, o que só faria piorar as suas hipóteses de sobrevivência.

ZAP