Moçambique

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Linha de Machipanda já está a ser reabilitada

Já foi concluída a reabilitação de pelo menos quinze dos 289 quilómetros da linha férrea de Machipanda, entre Dondo e Mafambisse, em Sofala, num projecto avaliado em 135 milhões de dólares norte-americanos.

A linha de Machipanda compreende um total de 317 quilómetros, dos quais 28, entre Beira e Dondo, foram reabilitados no âmbito do projecto da Linha de Sena.

O director da Brigada de Reconstrução da Linha de Machipanda, Sancho Quipiço Júnior, disse ao "Notícias" que as obras, com a duração prevista de 24 meses, têm como empreiteiro a própria empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), estando em curso o processo de contratação de uma fiscalização independente.

Numa primeira fase, decorre a substituição de travessas de madeira por outras, em betão armado, devendo iniciar dentro de dois meses a montagem de novos carris que estão a ser produzidos na Itália. Segundo projeções, a encomenda deverá embarcar em meados de Fevereiro para o Porto da Beira.

O trabalho de fundo consistirá na redução das catorze curvas críticas com um raio de aproximadamente 100 metros, entre Revuè e Vumba, para quatro inclinações com 300 metros cada, permitindo assim que os comboios circulem com maior velocidade e segurança.

Sancho Júnior avançou que até final de Março próximo, segundo o cronograma definido, terá lugar o reforço da carga de balastro e o correspondente ataque, que é o alinhamento da via. O projecto poderá incluir a reabilitação das estações ao longo da via.

Para atingir a dinâmica projectada para as obras, nomeadamente o alcance da meta diária de 600 metros da linha, o material de trabalho já está a ser colocado nos estaleiros do projecto.

Actualmente com 130 trabalhadores, entre técnicos e assentadores da via, o projecto prevê empregar, dentro de dois meses, cerca de 300 Homens.

Sancho Quipiço Júnior referiu ainda que como impacto no final das obras se pretende que a Linha Beira-Machipanda reduza substancialmente o tempo de viagem dos comboios de 18 para 12 horas, diminuir o acentuado nível de descarrilamentos, aumentar capacidade de transporte da via de cerca de 500 mil para três milhões de toneladas por ano, garantir comodidade e segurança do tráfego.

Em termos económicos, pretende-se reconquistar a carga rodoviária para ferroviária, aumento dos comboios, maior escoamento das mercadorias beneficiando Zimbabwe, Zâmbia e RD Congo, numa fase que está em curso trabalho de marketing pelos CFM, com vista a trazer mais carga para Porto da Beira.

Entretanto, as obras deverão ser concluídas até Agosto de 2021.

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