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MOÇAMBIQUE

Nações Unidas defendem combate à pesca ilegal

O mundo tem de parar de subsidiar a pesca para combater a captura de pescado ilegal, defende o departamento das Nações Unidas para os Oceanos. A entidade desafia ainda o continente africano a apostar na piscicultura para alimentar a população que está a crescer rápido.

O enviado especial do Secretário-geral das Nações Unidas para Oceanos, embaixador Peter Thomson, foi orador principal no painel que discutiu a Governação Sustentável dos Oceanos na Conferência Crescendo azul. O responsável defendeu a exploração sustentável dos mares.

“Há 10 metas, sendo quatro delas, muito importantes. Primeiro porque 10 por cento dos oceanos devem ser cobertos por zonas de proteção marinha. Em segundo lugar, temos que acabar com a pesca ilegal, temos que gerir melhor a nossa zona costeira e ecossistemas marinhos. Temos que parar com os subsídios para pescas, porque, falei disto esta manhã, há 20 mil milhões de dólares em subsídios que vão para frotas de países industrializados à custa de pescadores artesanais dos países em desenvolvimento”, disse Peter Thomson.

Por outro, O enviado especial do Secretário-geral das Nações Unidas para Oceanos disse ser necessário encontrar saídas para alimentar a população do continente africano. Uma delas é a aposta na piscicultura, ou seja, na criação de espécies aquáticos. Com o desafio, as Nações Unidas querem que África dê um salto qualitativo para que assegure alimentação para a sua população que está a crescer rapidamente.

“Em termos per capita, África está atrás. Em termos de aquacultura está muito abaixo em relação ao crescimento da população. Desde Novembro estou a pensar neste problema. Desafio a União Africana e ao Banco Africano de Desenvolvimento para trabalharem com Banco Mundial e com o Fundo Económico Mundial. Antes de irmos a Lisboa, temos que mostrar ao mundo que África está a aceitar esse desafio, numa aquacultura sustentável, usando as técnicas, alimentação e espécies correctas”, referiu o responsável.

Peter Thomson considera fundamentais as parcerias entre Estados e instituições, bem como investimentos, para tornar a exploração dos mares sustentável numa altura em que, os oceanos encontram-se em perigo.

Próximo ano, Lisboa também acolhe uma conferência idêntica, onde espera-se lançar a década das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável dos oceanos, adiantou o enviado especial do Secretário-geral das Nações Unidas para Oceanos.

“Sabemos pouco sobre o ecossistema dos oceanos. Conhecemos apenas, talvez, 5 por cento. Estou nesse ramo há muito tempo. Se alguém vos dizer que sei muita coisa sobre os oceanos pode estar a não falar a verdade. A década foi estabelecida por nós todos 193 membros dos países das Nações Unidas”, disse o representante das Nações Unidas para Oceanos.

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