MACAU - CHINA

Especialistas defendem que novos acordos entre Portugal e China podem garantir investimento em portos e ferrovia

Os portos de Sines e de Leixões, a modernização da linha ferroviária - que pode até passar pela privatização parcial ou total da CP - , a cooperação tripartida entre China, Portugal e países africanos ou da América Latina para assegurar investimentos de grande escala são alguns dos exemplos dados por docentes e investigadores em relação à visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, a Lisboa.

“Esta é uma oportunidade para se passar das palavras aos atos, de dar uma expressão económica às boas relações entre Portugal e a China”, sublinha o presidente do Fórum Luso-Asiático, Arnaldo Gonçalves, lembrando que “Portugal, só entre 2010 e 2016, tornou-se no sétimo país europeu em que se registou mais investimento chinês”.

“Na área das infraestruturas, está em cima da mesa a possibilidade de a China investir nos portos portugueses. O porto de Roterdão [Holanda] está sobrecarregado. Se a China quer prosseguir o esforço no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ vai ter que ter um porto alternativo. Os portos de Leixões e Sines podem ser alternativas interessantes”, sustenta o professor de Ciência Política e Relações Internacionais do Instituto Politécnico de Macau.

Por outro lado, acrescenta, “Portugal precisa, mais tarde ou mais cedo, de modernizar a sua linha ferroviária”, defendendo que o país necessita de adotar uma postura mais proativa.

“Para além dos portos, a privatização total ou parcial da CP poderia ser uma opção”, adianta o investigador, lembrando, contudo, que a aposta chinesa em vias de comunicação terrestres e marítima “coloca problemas políticos delicados à União Europeia [UE]”, sobretudo “num quadro de reemergência do poder russo e da aproximação entre Xi [Jinping] e [Vladimir] Putin”.

Ou seja, explica, Portugal tem que ter algum cuidado” e “acertar bem as agulhas com a União Europeia [UE] para, no fundo, não ser uma ‘lebre’ posta a correr por Pequim contra a própria política externa da UE”.

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