Cabo Verde

Cabo Verde avança para criação da primeira Zona Económica Especial marítima nos países lusófonos

O projecto da futura Zona Económica Especial (ZEE) de São Vicente, Cabo Verde, é prioritário para o governo e o país prepara-se para receber a primeira estrutura do género, com vocação marítima, criada com apoio da China nos países lusófonos.

Durante uma recente visita à ilha, na companhia do embaixador da China, o chefe do governo de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, adiantou que o projecto integrado prevê oferta de transportes marítimos, operações portuárias, pesca, serviços especializados de apoio logístico, bem como turismo, ciência e educação especializada no sector do mar.

“Eu não tenho dúvidas de que encontrámos a solução e a partir daqui podemos fazer toda a diferença numa perspectiva de médio e longo prazo, para conseguirmos pôr a economia a funcionar e a crescer, gerando emprego e rendimento, criando oportunidades de investimentos para os empresários e conseguindo a felicidade das pessoas”, afirmou Correia e Silva.

Em curso, referiu, está a elaboração do estudo de viabilidade, com base na concepção inicial da parte do governo, sendo objectivo acelerar a execução do projecto.

“Existe essa vontade da parte do Governo e da parte dos nossos parceiros, nomeadamente da China. Precisamos juntar a outra parte que é a sociedade mindelense”, adiantou.

O governo cabo-verdiano tem vindo a prever que o projecto esteja operacional até final da actual legislatura, dentro de pouco mais de três anos.

Da parte da China, o apoio ao projecto foi assegurado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, no decurso de uma reunião na Praia com o seu homólogo cabo-verdiano Luís Filipe Tavares.

O chefe da diplomacia chinesa sublinhou, na altura, a importância da posição geográfica de Cabo Verde, adiantando que o governo cabo-verdiano “manifestou vontade de participar na iniciativa “Uma Faixa, uma Rota” do governo chinês.

Em entrevista à revista Macao, a publicar na próxima edição, Ulisses Correia e Silva afirmou que a China é um “parceiro privilegiado” no projecto, pelo seu papel no apoio à criação, mas também dada a possibilidade de a ZEE poder vir a disponibilizar serviços a empresas chinesas e ao mercado mais vasto.

Entre as vantagens do projecto está a localização “estratégica do arquipélago”, entre a Europa e a África Ocidental, além da experiência da China na criação de ZEEs, disse o primeiro-ministro cabo-verdiano numa entrevista à margem do recente encontro de empresários lusófonos, na capital cabo-verdiana, Praia.(Macauhub)