Timor Leste

Lançada construção do projecto do novo porto em Timor-Leste

O Governo timorense e responsáveis de um consórcio liderado pela francesa Bolloré lançaram esta quarta-feira a construção do Porto de Tibar, a oeste da capital, um dos maiores projectos e a primeira parceria público-privada do país.

Xanana Gusmão, ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, destacou na cerimónia a importância do investimento privado no desenvolvimento de Timor-Leste, defendendo a opção do modelo público-privado.

O arranque do projeto, avaliado em mais de 400 milhões de dólares (354,8 milhões de euros), ocorre mais de um ano depois de o Governo e o consórcio liderado pelo Bolloré terem assinado o contrato que engloba o desenho, construção e operação do Porto de Tibar.

Envolvendo a construção da maior infraestrutura de transportes do país, o projeto representa o maior investimento privado de sempre e a primeira parceria público-privada (PPP), num investimento inicial de 278,3 milhões de dólares (246,9 milhões de euros) e que criará mais de mil empregos.

O projeto inclui o desenho, financiamento, construção e operação de um novo porto em Tibar, estimando-se que as obras comecem no próximo ano e estejam concluídas em 2020.

A Bolloré prevê criar 500 empregos durante a construção, 350 nos primeiros quatro anos de operação e mais 150 posteriormente, com prioridade a ser dada para cidadãos timorenses.

A PPP envolve um investimento inicial de 148,85 milhões de dólares dos parceiros privados e de 129,45 milhões de dólares do Governo.

Durante os 30 anos de vida da concessão (até junho de 2047) o consórcio investirá mais 211,7 milhões de dólares num projeto que está a ser planeado há seis anos.

Localizado a cerca de 10 quilómetros a oeste de Díli, na baía de Tibar, o projeto contou com a participação da International Finance Corporation (IFC), o braço privado do Banco Mundial, que foi conselheiro na criação do modelo de PPP.

O porto terá uma capacidade inicial de 226 mil contentores (TEU), a qual será ampliada até uma capacidade para um milhão por ano, com um cais de 330 metros e outro de 300 metros, devendo as primeiras operações portuárias ser conduzidas já em 2019.

O projeto não é consensual tendo suscitado críticas pelo impacto ambiental que terá na zona e pela sua dimensão que alguns consideram excessiva para as necessidades de Timor-Leste, mesmo a médio prazo.

A polémica abrange não apenas o custo, mas também a localização, com os críticos a defenderem que a alternativa ao congestionado Porto de Díli deveria ser o Porto de Hera, atualmente usado pela componente naval das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL).

O executivo considera o projeto "uma prioridade para a futura prosperidade económica de Timor-Leste" e um dos "maiores projetos de investimento do país".

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