Ambiente

Projecto sobre acidificação dos oceanos vence prémios L’Oreal

Nos últimos anos, Ana Faria (na foto) esteve a analisar o desenvolvimento das fases iniciais de cinco espécies de peixe quando são submetidas a um pH mais ácido. Estima-se que o pH dos oceanos irá descer até 2100 de oito para 7,7, porque estão a absorver o excesso de dióxido de carbono na atmosfera, emitido pelas actividades humanas e responsável pelo efeito de estufa. A diferença de 0,3 “parece muito pouco, mas a escala do pH é logarítmica, e essa diferença é bastante”, diz a investigadora, doutorada em ecologia marinha, e a trabalhar no ISPA – Instituto Universitário.

Trabalhos anteriores mostraram que, devido à acidificação dos oceanos, as larvas de peixes tropicais “perdiam capacidades de reconhecer o odor de um predador ou os sons típicos de um recife”, diz Ana Faria. A investigadora testou quais seriam as consequências da alteração do pH em espécies comerciais da costa portuguesa, como o sargo, o linguado e a corvina, e em espécies de importância ecológica, como o peixe-ventosa e o peixe-rei.

Nas experiências em laboratório, Ana Faria descobriu que as espécies comerciais eram mais vulneráveis à acidificação do que as de importância ecológica: “As larvas são mais pequenas quando nascem. Parece que estão a mobilizar energia para responder às alterações do meio, comprometendo o crescimento.”

Agora, a cientista vai usar o caboz para testar se os indivíduos adultos desta espécie de peixe conseguem adaptar-se a um oceano mais ácido. Este tipo de investigação pode ajudar a tomar decisões sobre a conservação, explica: “Se soubermos que uma espécie comercial vai ter dificuldades em se adaptar, podemos diminuir o esforço de pesca.”

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